Mês: novembro 2012

Poesia – Escuridão

Um dia, resolvi caminhar na estrada das almas…

Era noite, eu nada via, tudo era medonho,

Meu corpo destruído e enfadonho

Encontrou almas gritantes pelo rebanho.

 

Ali jazia um furor obsceno

De tantas pessoas e seu ódio,

Querendo acabar o livro e seguir o episódio

Uma euforia para o letal veneno.

 

Faces de uma crueldade

Querendo desbancar o impossível,

Para gerar um quadro horrível.

 

Onde não tem vez o – amor!

Sim, grandiosos seres brutais

Na sua jornada do temor,

 

Impediu um sistema de ter tolerância

Trazendo para o meu peito o lado ganancioso,

Na estrada das almas, eu senti a retaliação.

 

Da náusea ao vomito – Repugnância,

Estou com medo, um elo pavoroso…

Isto é minha escuridão.

Tua Imagem V

 

Ao adormecer completamente, começou a relaxar todo seu corpo, caiu em um sono profundo…

No sonho, sentia que estava sendo queimado por dentro, por viver um conto de fadas de mentira, sua vida era um erro, e por suas decisões próprias tinha chegado naquele ponto, de estar sendo queimado, do interior ao exterior. Doía muito, e Juan, se debatia todo, só que não conseguia acordar. Até que ele avistou um edifício, subiu até a parte superior do prédio, correu com tanta força, que acabou pulando. A dor das chamas não machucava mais, o vento batia em sua face tão rápida que… Juan abriu os olhos, suava demais, olhou para os lados, voltou a dormir novamente.

Voltou a sonhar, só que desta vez era complexo as imagens que ele tinha na sua mente e na sua alma. Sentia-se doce, tinha momentos que o vento carregou pela estrada da vida, adentrando a terra pisada e humilhada pelo homem. Tudo parecia estar quebrado, o ar era melancólico. Era diferente e inovador, ele caminhava por um lugar desconhecido, do nada… Resolveu pular, pulava como se tivesse encontrado a liberdade. Infelizmente o local tinha uma pequena luz, que foi se apagando aos poucos, as sombras foram surgindo, Juan teve medo, naquela situação começou a tremer todinho, até que gritou como um desesperado… De novo acordou.

Levantou-se, não queria mais dormir. Seus pensamentos voam longe.

– Ana, como eu queria você aqui! Perto de mim, e eu perto de ti…

Do outro lado da cidade, Ana, sem sono, e com os olhos inchados, também pausadamente, esta na sua janela, refletindo no que estava acontecendo naquele dia, um dia que ela queria esquecer.

– Juan?

Ele olha para os lados, não percebe ninguém, para um pouco e concentra-se na sua mente, não ouve nenhuma voz. Não enxerga sua sombra, quem deveria ser então…

– Juan? Sou eu meu amigo.

Juan olha para trás e logo encontra um amigo do passado.

– Ambrósio?

Não acreditando em quem estava ali, naquela hora da noite. Corre e abraça seu amigo.

– Meu amigo… Não acredito que esteja aqui, como eu preciso de sua força, onde esteve durante todo este tempo?

– Tenha paciência, vamos conversar um pouco.

Ambos sentam, Juan precisava se acalmar um pouco.

– Por que você sumiu? Pergunta angustiado.

– Nunca sumi, desde o meu aparecimento, até este momento estive contigo, caminhando sempre ao seu lado. Guardei sua força, arrumei seus pedaços. E aqui estou, mais uma vez. Lembra-se da primeira vez?

– Sim, foi por ti, que comecei esta caminhada, agora volto, e Ana me rejeita.

Dando algumas risadinhas de leve Ambrósio, resolve fazer alguns relatos.

– Juan, quando eu estive contigo pela primeira vez, exatamente em 2001, se recorda da mensagem que lhe passei.

Afirmando abertamente com a cabeça. – Sim, claro que lembro!

Nosso agora destemido – homem recordou-se que a mensagem tinha sido tão estranha…

 

21 de Abril, 2001.

 

Depois que Ana, chegou de seu serviço, Juan, esperava como sempre. Ele trabalhava com artes plásticas. Logo, ficava em casa, para seus serviços.

– Boa noite meu amor! Agarrou sua dama, com tanta força, assim que ela entrou pela porta. Beijou seus lábios apaixonadamente, sentiu que os dois corpos se estremeciam juntos…

– Nossa, que calor é este? Eu estive fora apenas algumas horas de casa.

Olhando nos olhos de Ana, segurando suas mãos brancas, e de dedos longos.

– Ana, entenda! Todo tempo que eu tiver em vida, saiba, que ao seu lado quero ficar. E todos os minutos, horas, segundos, longe de ti, é uma agonia, saiba que és, meu viver! Beija novamente Ana.

– Assim, eu me acostumo mal, cuidado hein?

Ele nem liga, sorri, com aquela pergunta. Diz que produziu muito naquele dia, e que já tinha feito um lanche para Ana. Contou que na manhã seguinte ele teria que viajar, uma de suas obras estaria mais uma vez viajando pelos estados, e ele sendo o autor, teria que acompanhar. Ela ficou feliz, por ele, por ela mesma, e pelos dois. Diante disso, foram fazer o tal lanche que Juan tinha preparado como janta. Ao terminarem, ela se banhou, os dois foram para cama, e como de costume, começaram a conversar sobre como tinha sido o dia sem o outro, até que adormeceram.

No outro dia, Ana, acordou, viu que ao se lado já havia um vazio, ele tinha – se ido, deixou o café pronto como de costume. Ela se arrumou… Alimentou-se… Olhou-se antes de sair, coisas de mulheres. E saiu…

Perto da rodoviária, Juan, esta em um táxi. Tem um trânsito infernal no local. Olhando no relógio, vendo que poderia perder seu ônibus. Resolve pagar o motorista, sai do veículo e segue a pé na direção do local. Tinha em mente que assim, não perderia sua hora. No caminho acabou ouvindo seu nome sendo cochichado em seus ouvidos.

– Juan Mathias! Juan Mathias! Juan Mathias!

Ele para olha para os lados e nada. Nota que existem pessoas andando de um lado para o outro, alguns percebem que ele esta ali, outros não. Juan resolve continuar… Ouve… – Juan! Juan! Juan! Sem entender o que estava acontecendo, uma voz forte e estridente, dentro de sua mente. A voz para. E volta gritando!

– Entre na próxima rua a esquerda, depois siga em frente, haverá um beco, adentre este local. Pensativo, sem saber o que acontecia. Continua seu caminho. Mas a voz insistiu, até o ponto que Juan desistiu, e faz o tal caminho. Claro que ele era muito curioso, e estava muito estranha aquela situação. Ao percorrer o direcionamento que aquela voz deu. Lembrou-se de alguns fatos… Uma cena era ele, com uma moça. Não era Ana, outra mulher, escorria lágrimas pelo seu rosto, ele se aproximou dela, colocou sua mão na maça de seu rosto. Disse: – Eu não vou deixar você ir! Continuou. Através de você, eu conheço o que é o céu, a felicidade, apenas existe, porque sua pessoa me apresentou. A estrela lá de cima, caiu em meus braços. Eu te amo! Depois se beijaram.

Não entendendo porque aquela imagem vem em sua mente, Juan, para um pouco, já estava na parte do beco, sem saída, vazio, escuro. Viu que tinha sentado em um banco, um senhor. Resolveu chamar atenção do mesmo.

– Olá! O homem do jeito que estava ficou, respondendo o seguinte:

– Chegaste então Juan Mathias! Levantou sua cabeça.

A voz era a mesma de sua mente, estava mais confuso ainda.

– Você não vai mais viajar.

Estranhando aquela colocação – Como assim, não viajarei mais? Tenho que ir, são negócios…

– Chega de mentiras! Sabemos que não viajar a negócios. O excesso de arrogância em ti me enoja. Eu sei elogiar um grande homem, por sua sabedoria ou por sua arrogância. Eu sei que vai para Campinas. Vai ir ficar com sua esposa. A verdadeira. Sei que vive de seus trabalhos artísticos, não precisa ir à exposição. Trai sua esposa com a Ana, e vice – versa.

Surpreso por tudo que tinha sido relatado, tenta se esquivar e se defender.

– Não sei do que falas. É um detetive? Quem te contratou?

– Não sou ninguém que pensas ter conhecido! Sem mentiras agora, sabemos nós dois, que tudo que explanei, tem um total teor de verdade.

Juan, perplexo por tudo que estava acontecendo, não teve reações.

– Me digas quem és você? Como sabe de tudo isso? A voz na minha cabeça? Droga!

O homem se aproxima dele, pega em suas mãos, as mãos dele era quente e macia.

– Sou Ambrósio? Sei o que devo saber. A voz é sua consciência! Borboleta do Inferno.

– Como assim? Borboleta do Inferno?

Dando uma risadinha de leve, o homem comenta.

– Você traz o néctar dos Deuses para a moça, sendo um mensageiro do amor, entretanto, depois que consegues o que deseja… Que é a energia vital do amor. Sua pessoa apresenta o inferno para estas moças, abandonando – ás! Justamente, é isso que iria fazer com a Ana!

Ficou branco feito leite. Juan, não entendia quem era este ser, somente refletia que ele sabia muito sobre ele.

– Não iria abandonar ninguém!

– Claro que ia! Entendo que ama Ana, mas vai abandona-la. E o próximo passo, é acabar com o seu outro relacionamento. Quer corações novos? Almas mais alegres?

– Sabes demais sobre mim. Disse Juan!

Tossindo Ambrósio, coloca a mão no bolso, tira um lenço, coloca na sua boca, espirra nele. Depois abre e mostram para Juan. – Suas palavras soam para mim, como estes excrementos. Enfim, tenho uma missão meu viajante. Quero mudar seu coração, sua missão como pessoa. Você deseja mudanças?

Com olhares perdidos. – Não acredito em mudanças, e sua forma de conduzir trajetória como homem é incrível. Sou assim, e nada me mudarás.

– Eu não desisto de ninguém. Acredito no ser humano. Acredito em ti. Pois tem na essência o amor de viver. Só que na prática, nunca conheceu o amor interior. Sua missão é essa, conhecer o amor interior.

– Que ladainha é essa, Ambrósio? Falando sem paciência.

– Acalma-se Juan. Anda dois passos para trás, olha para o alto, pronuncia algumas palavras, que para Juan, eram estranhas. – Uma árvore?

– Como? Juan, já querendo ir embora… Não iria ainda, queria entender, como aquele ser estranho conhecia sua vida.

– Façamos o seguinte, Borboleta do Inferno. Feche os olhos e serão sanados todos seus questionamentos. Não pedirei mais nada.

Sorrindo e querendo compartilhar com aquela loucura, fecha os olhos. Logo, sentiu uma mão quente na sua cabeça. Uma voz de leve disse:

– Você vai ser lançado na goela de quem te devoras. Vai percorrer a sabedoria do homem, até o sucesso do amor.

Assim que terminou, Juan, não sentiu mais suas pernas, seu corpo ficou mais leve, imagens apareciam na sua mente. Letras apareceram na sua frente, sendo gritadas, e cantadas…

 

Os anjos desceram de seu mundo imortal, apenas para guiarem seu ser, as liras que ouvir é o cântico da imortalidade, voe com a música, cante com ela, harmonize todos os seus pecados e delitos nas partituras. Suavize sua alma, penetre nos anseios mundanos de seus pensamentos. Não tenha medo da vida, ela é uma projeção de suas ações e vontades, guie seus olhos ao horizonte e com certeza lá você vai adentrar a felicidade plena, sorria e lute com todas as suas garras!

Você pode ter cometidos crimes para a humanidade, mas o crime maior que faz, é não viver com amor, este sentimento é a chave para abrir qualquer porta trancafiada com as maiores maldades… Seu mal se assim me permitir, foi ter – se esquecido de olhar mais vezes no espelho, não se perca mais no abismo do medo.

 

Contínua…

Para Saber mais:https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/09/30/tua-imagem-carta/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/02/tua-imagem-i/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/04/tua-imagem-ii/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/24/tua-imagem-iii/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/25/tua-imagem-iv/