Dia: 8 de novembro, 2012

Tua Imagem VI

 

22 De Abril, 2001.

 

Ao acordar, Juan, estava completamente perdido sobre o acontecimento do dia anterior… Pensava: — Será que sonhei? Só que ao se levantar, Ambrósio o analisava.

— Gostou do que ouviu, sentiu, viu?

Com o estômago revirado e com uma sensação estranha, Juan, não responde. Coloca as mãos na cabeça, tentando refletir na loucura que estava acontecendo em sua vida. Ele tinha uma noiva em outro estado, seu casamento estava marcado para o ano seguinte. Ao mesmo tempo, tinha uma relação extra com Ana. Cuja pessoa, tinha mudado demais sua vida e seus conceitos como ser humano. Infelizmente sua noiva o aguardava pelo menos uns cinco anos. Ele não tinha coragem de terminar. Logicamente levava uma vida corrida, a cada mês ficava na casa de uma, e assim, era sua vida, em rotina e viagens…

— Esta na hora de acabar com isso Juan?

Juan olhou para aquele homem desconhecido, que de alguma maneira mexeu com ele.

— Me digas quem és tu? Por que me influência desta maneira? Por que sua pessoa, não sai da minha cabeça? Aquelas palavras, as imagens, o que esta acontecendo comigo?

Olhando fixamente para os olhos perdidos de Juan. Ambrósio tira um lenço de seu bolso, passa por sua testa, que naquele instante suava muito.

— Vou ser sincero contigo. Não vou – lhe dizer quem sou eu! Isso não adiantaria em nada. Nada! Se você como um homem pensante não se reconhece, o que eu posso fazer? E ainda por cima, machuca demais as pessoas do seu meio íntimo… Entretanto, quero deixar uma coisa para seu ser.

Ansioso como nunca tivera antes. Juan tremia a cada palavra pronunciada pelo Ambrósio, seu ter tinha tanta curiosidade, que nem percebia que o tempo estava passando, que possivelmente sua noiva estaria preocupada, pois ele nem tinha chegado a casa dela, e não deu notícias sobre seu paradeiro.

— O que é? Perguntou acelerado.

Ambrósio coloca as mãos no bolso, tira dois papéis. Um estava branco, o outro tinha alguma coisa escrita. Do outro bolso, tira uma caneta vermelha. Entregando para Juan.

— Para que serve? Mais uma vez questionando Ambrósio.

Com um ar feliz e descontraído.

— O papel em branco, juntamente com a caneta, você irá escrever um bilhete para Ana, deixando claro todo seu sentimento por ela, colocando no final um Adeus.

Incomodado com o que tinha ouvido. — Jamais! Com os punhos cerrados de raiva.

Pedindo paciência e paz em seu coração, Ambrósio alega que vai explicar o motivo de seu pedido.

— Rapaz! Preste atenção. Ana, esta contaminada pelo seu colérico amor. E pensando nisso, não quero que ela se machuque mais e, com certeza vai acontecer, se ela permanecer ao seu lado. Pense… Você age de uma maneira que destrói corações, infelizmente desta vez, encontrou um amor de verdade. Mas não quer largar sua noiva, teme ferir a vida dela. Só que agindo com esta filosofia, todos perdem… Até mesmo seu coração! Sua noiva não merece este seu demérito em relação ao que ela sente. Acorde Juan, ela já perdeu oportunidades e pessoas por sua causa, não mate mais a crença que ela tem no amor. Você vai deixar sua noiva, vai escrever um bilhete de Adeus para Ana, e vai pagar todos os seus erros.

Juan estava inconformado com que ouviu. Seus pensamentos eram contrários, queria continuar com as duas, e iria ficar com elas. Apenas não entendia por que ainda ficava ali, existia uma força que o segurava.

— Chega não é? Cansei de suas insanidades. Eu devo ter tomado algo no caminho para o aeroporto. Deve ter sido você, seu lunático! Deve ter – me drogado. Fale logo o que desejas… Ambrósio interrompe dando um “tabefe” em Juan.

Ele vira o rosto com tanta força, que dá para notar que a força foi realmente intensa. Quis reagir! Quis fugir! Quis chorar! Quis gritar! No fim, nada fez…

— Juan! Pela última vez… Vou expor meus pensamentos e minha visão sobre sua vida até o exato momento. Chega! Não há mais saída para ti. Arruinou demais a vida alheia, quantos corações ainda choram lágrimas de sangue pelo seu egoísmo? Muitos, meu amigo! Eu fui mandado por outras forças, para tentar resgatar alguma coisa de bom que deve restar em você. Tenho que ser claro, para ganhar, tem horas, que terás que perder.

Vai em direção a Juan, coloca a mão direita em seu peito, percorre com a outra em seu ombro.

Logo após este gesto, Juan, começa a ouvir vozes em sua mente, ele tinha certeza que era daquele homem que estava na frente dele.

 

“A estrutura é uma base que todo ser humano tem! Ela começa pelo chão, como uma ironia, que diz o seguinte… “Comece de baixo para alcançar os céus”. Você precisa de uma origem, e antes que me indague que origem é essa… Eu explico!

A origem é um contato que o indivíduo fará com o desconhecido. Após essa sensibilização mútua, o mesmo agredirá seus anseios e pensamentos buscando a plenitude transcendental da transformação eminente em seu imo.

Juan, sua pessoa, como muitos, precisam de discernimento e, esta luz nutre de uma filosofia benevolente incrível. De modo que em amiúde, acabaremos com a dor, angústia, moléstias, agonias, falsidades, maldades entre outras mazelas sociais e psicológicas.

A canalização espiritual na súbita morte desses fragmentos é uma vida moribunda e sem Deus. Por isso não esqueça que está acima de ti… Quem for tocado pelo toque da sabedoria, caminhará no destino da luzerna! Todo contato sensível pontuará em um crescimento mental e espiritual. 

A eminência individual do ser aprofundara na estratificação da torre objetivada pelo mesmo. Valorizando suas vontades construídas por atos factuais, as projeções detalhadas mudarão o seu mundo.

No final das coisas, queremos que sejas feliz! Busque onde for… Sua felicidade acontecerá a cada vinte quatro horas, a cada dia! Busque motivos para estar vivo. Somente com esta ideia poderá mudar seu redor e seu mundo”.

Ambrósio tirou a mão do ombro e a seguinte do peito, indo para trás.

— Estás bens, meu amigo?

Juan, não sabia o que responder. Não era somente as palavras que tinham mexido com ele. A maneira que aquele estranho homem o tocava… Seu toque era sensível e diferente de tudo. Ele sabia que não era mais o mesmo. Só queria saber o que dizer?

— Estou diferente! Estou com a mente vazia, como algo me impedisse de pensar. O que devo fazer? Sua face agora tinha um ar de total seriedade.

— O ser humano, quando nasce, esquece-se do sentido da vida. Pela primeira vez Ambrósio estava com um semblante mudado. A vida é um dom celestial, deves saber da existência de Deus e do Além, tem que caminhar sempre na trajetória da evolução, encontrando constantemente sua rota. Você é um filho da natureza, como todos! Agora vai partir desta vida, não caminhará da mesma maneira.

— Eu vou morrer? Apaticamente perguntou Juan.

— Sim e não! Enfaticamente respondeu Ambrósio.

Ambrósio pede atenção de Juan, pois o tempo dele estava acabando e tinha que continuar sua missão também.

— Meu amigo tem horas que temos que morrer, para renascer! Em seu caso, não será preciso. Ira fazer uma viagem pelo mundo por dez anos… Será um viajante, que andará por todo canto do planeta, buscando o que é fantástico e feliz de estar vivo. Terá como companheiro uma sombra! Uma voz! Um pensamento intuitivo que será seu condutor. És agora um filho do sol.

Juan quer saber de duas coisas. — Por que dez anos? E eu tenho escolha?

— O tempo é dito por outras energias, que acreditam que assim entenderás a verdade da vida, e a escolha é sua. Saiba que, a Ana é sua alma gêmea! Seu desejo é estar com você. Seu ser continuar neste rumo que acreditas ser a vida. Nunca conhecerás o que é amar sua outra parte.

Pensativo… Juan, sem saber como e porque aceita seu destino.

— O que faço quando terminar minha caminhada?

Tranquilamente Ambrósio solta um sorriso. — Você volta para Ana!

— Certo, eu aceito Ambrósio! O bilhete que vou escrever para Ana, como vai chegar às mãos dela? Vai chegar ainda hoje?

— Eu me encarrego disso!

Juan senta e escreve suas palavras para Ana, ao terminar entrega para Ambrósio.

— Terminei, e agora, o que devo fazer?

— Simples! Falando alegremente. — Primeiro abra o outro papel, depois aquela sombra, aquela voz, aqueles pensamentos vão – te guiar. Ambrósio abraça Juan calorosamente e depois segue em frente.

Juan, encosta na árvore, abre o outro papel e lê.

 

 

Tem dia que tudo parece ser em vão…

A futilidade das pessoas e seus nãos.

Inutilidade do amor em meu coração,

Isso é ser um nada!

 

Habito como um nefasto demente,

Que não semeia a semente.

Por causa de se “achar” doente…

Mera solidão da madrugada!

 

Que custa em passar,

Deixando em estado de dissipação do amar!

Não aguento mais chorar…

Vendo minhas lagrimas no ar.

 

Portanto, ajude-me a te ver,

Para assim, eu crescer em seus olhos.

Adormecer em seus braços!

Eu me entrego para seu amor, minha alma gêmea! Eu quero voar…

 

Na parte de trás do papel, tinha um pequeno mapa, e abaixo dele, um frase dizendo, “Caminho dos Francos”… Procure o João Alguém.

Vá primeiro para este lugar…

 

Contínua…

 

Para Saber mais:https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/09/30/tua-imagem-carta/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/02/tua-imagem-i/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/04/tua-imagem-ii/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/24/tua-imagem-iii/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/10/25/tua-imagem-iv/

https://regozijodoamor.wordpress.com/2012/11/01/tua-imagem-v/