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Coração De Gelo – Carlos Monteiro

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Sim, a solidão.

Ah, despejo meus cânticos aos surdos!

Esperando ser ouvido, aqui na sala dos perdidos…

Meus olhos doem em um ato singelo.

Vai e vem em um sofrimento…

E na maré das trovoadas,

Encontro a dor, de morrer assim…

Em desuso, sem uso, sem amor, somente o desgaste

Meu exílio, é meu coração de Gelo.

 

 

Entrevista: Carlos Monteiro e o blog – Momento literário

Olá leitores do blog,

Hoje vamos mostrar a entrevista, que eu dei ao Blog Momento Literário. Espero que gostem!

Entrevista para o Blog – Momento Literário

Oi pessoal, tudo bem?
Eu(lazaro), vim apresentar a nossa nova entrevista, com o autor: Carlos Monteiro( é nosso autor parceiro), que lançou o livro: Mensageiros da Lucidez,  logo mais terá resenha no blog.

 Bom, confira a entrevista, está bem pequena, simples, legal… Comprem o livro do autor, Mensageiros da Lucidez, garanto que será um dinheiro muito bem gasto! 😉

ENTREVISTA:

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M.L.-Com quantos anos decidiu escrever um livro?
Não há uma idade específica. Eu me recordo que comecei na infância a lutar pelas palavras… Minhas primeiras histórias ficavam armazenadas em minha mente. Eu contava todas elas para meu irmão e um amigo. Era também uma maneira de fugir da nossa realidade pobre. Agora escrever mesmo, iniciei com uns 16 anos, depois que adentrei minha primeira depressão. Logo afirmo, que escrevo para superar minhas dores existências, pois, quando coloco tudo no papel, eu encontro uma primavera de liberdade.
M.L.-Você pretende fazer quantos livros?
Minha saga – Mensageiros da Lucidez, tem uma proposta para sete livros. Além dela tem outros projetos literários… Por mim, escreverei até onde minha sanidade deixar!
M.L.- Você tem um Hobbie? Qual? Ele influenciou no seu livro?
Meu maior Hobbie és analisar o ser humano. Minha grande satisfação vem desta alegoria, buscar nas faces humanas inspirações para as minhas histórias!
M.L.-Na sua adolescência, você costumava à ler livros? Que gênero?
Aprendi a ler com as poesias, os pássaros feridos da minha alma, foi sendo contemplado por estrofes poéticas. As metáforas que ali estavam, norteavam meu ser de uma maneira profunda. Com o tempo, fui buscando outros gêneros.

Resenha – O Príncipe da Névoa – Carlos Ruiz Zafón

Escrito por: Carlos Monteiro

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Sinopse do livro

Em 1943, a família do jovem Max Carver muda para um vilarejo no litoral, por decisão do pai, um relojoeiro e inventor. Porém, a nova casa dos Carver está cercada de mistérios. Atrás do imóvel, Max descobre um jardim abandonado, contendo uma estranha estátua e símbolos desconhecidos. Os novos moradores se sentem cada vez mais ansiosos: a irmã de Max, Alicia, tem sonhos perturbadores, enquanto ao outra irmã, Irina, ouve vozes que sussurram para ela de um velho armário. Com a ajuda de Roland, um novo amigo, Max também descobre os restos de um barco que afundou há muitos anos, numa terrível tempestade. Todos a bordo morreram na ocasião, menos um homem – um engenheiro que construiu o farol no fim da praia.
Enquanto os adolescentes exploram o naufrágio, investigam os mistérios e vivem um primeiro amor, um diabólico personagem surge na trama. Trata-se do Príncipe da Névoa, um ser capaz de conceder desejos a uma pessoa, ainda que, em troca, cobrasse um preço demasiadamente alto.
Escrito na década de 90 por um dos mais célebres autores espanhóis da atualidade, O Príncipe da Névoa marca a estréia literária de Zafón. “Na verdade, quando era adolescente não costumava ler romances catalogados como ‘juvenis’. No caso de O Príncipe da Névoa, na falta de outras referências, resolvi escrever um romance que teria gostado de ler quando tinha 13, 14 anos, mas que continuasse a me interessar também ao 23, 43 ou 83 anos”, explica o escritor em entrevista concedida para a imprensa espanhola.

Resenha

Ano passado passei em uma livraria, queria comprar algo novo, conhecer um autor desconhecido, brincar com novas palavras, viajar resplandecido em um fresco e flagelo universo. Foi daí que encontrei o escrevedor Carlos Ruiz Zafón. Não larguei mais seus livros. Encantamento é a palavra mais absoluta a usar neste caso. Sou um criminoso ao resenhar qualquer coisa deste autor. Tudo és memorável. Primeiramente, escolhi a obra; – O Príncipe da Névoa. Este excelente trabalho conta a História de Max Carver, um garoto que se muda para um vilarejo(1943) com a família. E a nova casa onde a sua família vai morar estás cercado de mistérios que vai prender atenção de qualquer leitor. O que mais me chamou atenção, foi como Zafón usa os símbolos em suas narrativas, em especial, destaco dois: Primeiro – o garoto ser filho de um relojoeiro, e o Segundo – é em existir um farol, o mesmo sendo construído pelo sobrevivente de um naufrágio. Gosto quando a história de um livro se entrelaça com alguns simbolismos. Neste caso, o tempo não apaga dor, e mancha a nossa alma com lembranças, e por mais que queiramos encontrar uma luz, vamos sempre esperar pelo passado… Tudo isso, eu encontrei neste escritor.

 Não posso esquecer também, que além dos mistérios da família Fleischmann, o jardim da casa, é algo gótico e assombroso. Os personagens são gostosos de serem conhecidos. Max tem duas irmãs, Irina e Alicia. Sendo que, Alicia ira gostar do seu recém amigo, Roland, um menino que foi criado pelo seu avô. No mais, Príncipe da Névoa é um livro carregado de enigmas e emoções. Quem ler, vai ser brindado com alguns sustos, além de admirar o seu final.

Bem, acabo não querendo.

Obrigado Carlos Ruiz Zafón!

CARTEIRO DAS LAMENTAÇÕES – FRUTOS DA PERDIÇÃO

Pecado

Eu estava caminhando, era noite. Subia uma rua totalmente escura. Minha visão estava turva, horas antes tinha bebido além da conta. Minha simples família, uma singela esposa, dormia à minha espera. Ela já estava acostumada com as escapadas pós jornada de trabalho. Até minhas traições aceitava. Realmente não entendia o que se passava na cabeça e no coração daquela mulher.

Mas isto não importava naquele instante. Durante algumas noites, minha esposa me questionava, outras vezes, ignorava a situação. Eu reagia da mesma forma, alimentando que a amava. Tudo muito cômodo aquela vida.

Quando chequei em casa, estranhei o fato da luz do quarto estar acessa. Adentrei em silêncio e, me surpreendi ao vê-la sentada na cama. Estava de cabeça baixa, analisando algumas fotos antigas. Percebi que caia algumas lágrimas pela sua face. Minha mente já imaginava que seria difícil aquela noite.

Aproximei dela, com uma voz charmosa.

— Oi, meu amor!

Ela me repeliu, não querendo muito contato.

Estranhei novamente a falta de ruído, me deixava curioso a incomodado. Outra vez tentei contato, abraçando em seguida.

— Meu amor, está tudo bem?

Desta vez, ela foi mais grosseira, levantando da cama, só que antes, olhou diretamente em meus olhos. Foi um olhar tão perigoso, tão profundo, que não sei como, ou por quê? Tive medo.

Ela insistia em não conversar, estava em pé, perto da televisão, pegando em um urso de porcelana que eu dera em nosso primeiro mês de namoro. Quando eu a conheci, percebi o quanto gostava dos ursos. O engraçado que nunca quis saber o real motivo. Próximo do nosso aniversário, encontrei este urso negro de porcelana. Lembro quando abriu a embalagem, foi de uma alegria enorme.

Minha esposa não trabalhava, pelo menos naquela fase, tinha acabado de perder um filho, não aguentou a pressão e caiu de cama. Inicialmente eu ficava ao seu lado, só que depois, voltei aos meus afazeres, e ela não. Sucumbiu na lama do fracasso de ser mãe. Diante de tanta dor, eu fugi para as bebidas. Ela se afastou do nosso relacionamento, não se importando com nada. Inclusive com os meus casos.

Mas aquela noite, nos seus olhos chorados, eu tive pela primeira vez remorso. Vendo-a em pé, chorando e alisando o urso, minha boca ficou trêmula, as palavras não saiam, de repente, virou-se para mim, olhou novamente em meus olhos, segurava a boca para não cair em choro, tentou ser forte, aí, disse:

— Eu…eu..eu, não amo mais o amor!

Foi um choque. Esperei ela expressar mais algumas coisas. Tentei em ir em sua direção, ela levantou a mão, pedindo que não me aproximasse, obedeci. Demonstrou que queria dizer mais algumas palavras.

— Eu adoro este urso. Pegava carinhosamente nele.

Sentando em seguida no chão, com o bichinho de porcelana na mão.

— Sabe, eu amava tanto, mas tanto, que hoje eu o odeio. Porque ele me lembra de alguém tão bonito, tão exclusivo ao meu sentimento, tão único. Aquele amor afagava minha ira e meus amores. Hoje sinto um buraquinho; Aponta para seu coração; — Crescendo a cada dia mais…

Nesta hora, resolvi interromper a conversa.

— Amor! Rapidamente ela gritou…

— Cale-se! Que droga, me ouça.

Fiquei estático com tamanha brutalidade e verborragia na sua voz.

— Meses atrás eu perdi um pedaço de mim, tive que enterrar meu filho, um pedaço da minha pele, dos meus olhos, dos meus cabelos, da minha face, do meu coração, da minha alma. Eu enterrei um sonho, fracassei na vida perdendo alguém que veio de dentro de meu corpo. Não posso perdoar isto. Sou falha em ser eu mesma!

Minhas lágrimas desciam pela minha face.

— Calma querida! Pedi amorosamente.

Ela nem me ouviu, despejando um monte de cobranças.

— Chega! Eu cansei meu amor. Não aguento mais o pecado que carrego comigo, além disto, tem você, me crucificando por perder nosso filho.

Tentei mostrar para ela que não tinha nada haver.

— Não meu amor, você não é culpada de nada.

Ela riu…

— Você me mata! Sabia? Todos os dias, me mata, me julga, me abandona. Quando fico sozinha, ouço um barulho dentro de mim, um misto de choro e sinfonia, acredita? Eu sou isto, um retalho perdendo os restos das linhas…

Naquele instante, não sabia mais o que fazer…

— Quando casei contigo, pensei em ter encontrado a estrada da salvação. Agora eu vejo que luto contra o fruto da perdição, que é – te amar na solidão.

Eu estou indo embora desta vida, desta casa, deste fracasso, tudo aqui, até mesmo você, meu marido, grita derrota. Seus erros são desumanos. Seus pecados, um brinde de prazer soluçantes.

Após esta fala, ela saiu correndo do quarto, se trancando no banheiro. Tentei pedir para ela abrir, deveríamos conversar, tentar ajudar um ao outro. Mas ela não me ouviu, eu sentei de costas na porta, olhava para o urso de porcelana jogado no chão, minha lamentação era explosiva. Acabei com o tempo, pegando no sono, acreditando que ao acordar, tudo seria um sonho…

Escrito por: Carlos Monteiro

LEIA: CARTEIRO DAS LAMENTAÇÕES INÍCIO

EU VOU

O som é um alimento

a batida ressoa vida,

como o vento…

o tempo e sua partida!

isso acontece diariamente

eu me achando e perdendo,

cavando o amor

buscando, e amando.

A raiz é profunda…

os galhos fortes matam meu coração

assim não vai dar,

Não consigo a evolução.

eu ouço o choro

da terra molhada,

as lágrimas caíram dos meus olhos…

afogando minha alma deitada.

O som acabou,

minha pele ressecou

e eu vou…

Escrito por: Carlos Monteiro

ACABOU

O que está acontecendo comigo?      

Não consigo mexer meu corpo, meus olhos não me obedecem, apenas sei que estou sendo levado por alguém em uma cama. O desespero é a palavra que define meus estímulos atuais. Adentro um corredor frio e mórbido, vejo com minha visão turva algumas sombras, uma luz baixa, minhas mãos estão formigando… Por que será que meu ser está aqui? Na minha vida fui muito caviloso. Algumas pessoas me chamavam de libertário e outros de libertino! A única coisa que sei… É, sou congênito da “loucura”. Sim, a doce loucura! Aquela que toma conta do mundo. Loucura é tudo que fazemos. Um sendo o espelho do outro, mas partindo deste princípio, foi aí que tudo começou. Decrepitude total…

O que houve?

Parece que paramos. Uma moça de branco, abriu uma porta, que porta esquisita, algo tão podre vem de dentro, sinto um cheiro tão parecido com minha alma, minha alma cheira tão estranho. Nem minhas metamorfoses puderam – me ajudar, sou o que sou… E o que sou mesmo? A mulher de branco, com seu olhar situante e ressequido de amor, diz que está cansada.

Antes de penetrar ao recinto, ela sussurra, ela germina algo, como se seu coração jorrasse fogo. Aproximou seus lábios em meus ouvidos, e diz: ACABOU.

ACABOU, ACABOU, ACABOU.

CABOU…CABOU…CABOU…

BOU! BOU! BOU!

O que está acontecendo comigo?      

Esqueci de viver a vida, e agora acabou.

Escrito por: Carlos Monteiro