Dia: 27 de outubro, 2012

Parábolas do Anjo sem Asas

Uma vez antes de virar um anjo. Eu fui passar uma temporada no inferno…

Não me lembro muito. As recordações são breves… Tenho algumas imagens e alguns conselhos de mim para mim mesmo.

Antes deste evento, meu ser ignorava totalmente o amor. Sim, eu era o vilão deste sentimento. Rasgava – o de dentro para fora, nunca entrelacei meus lábios pelo amor e para o mesmo fim. Mas aquela estação no abismo das trevas me traria uma lição incrível.

Um dos dias, caminhando e aprendendo com lições vivas, acabei – me sentando. Notei alguns olhares aos meus, pareciam perdidos, buscando o mapa do destino na minha alma. Ignorei! Só que foi incisivo. Queria preencher-me de alguma forma. Deixei se aproximar, quando tal criatura estava em minha frente, mostrou uma exaustão anormal. Alegou que sua busca era tenebrosa, superou montanhas cortantes, venenos galopantes e, palavras rodopiantes. Tudo para estar ali, comigo! Foi então, que peguei o amor no colo, senti o quanto era amável, carinhoso e sua pele intocável Foi único e incondicional. No final daquele encontro, acabei amando o amor, mesmo ele indo embora em seguida.

Depois do acontecido, rasgava minha mente de choros agonizantes. Porque não amei antes… A inocência perdida era a estupidez vivida!

 

Eu sou o Anjo sem Asas… Um ser de sonhos distantes e terras ficantes.

 

 

Poesia – Ceifador

Sofrimentos…

Meu corpo sempre foi uma conflagração,

Da angústia a fustigação

Pronto para sangrar meu coração.

O murmúrio do erro,

Persiste em me levar…

Onde não posso caminhar

Para o mórbido aterro.

As folhas são secas,

O meu jardim perdeu a vida!

E o verde se tornou cinza.

Meu desejo é morrer,

Pois a lágrima petrificou.

Atingindo o ego, expulsando meu ser…

Aguardo o fim da onda frenética,

Plantei um terreno de utopia!

Buscando o cessar-fogo do amor.

Acabou-se minha linguagem poética,

Os cânticos perderam a sinfonia…

Eu vi no espelho o ceifador.

Carlos Monteiro