Resenha – Cartas a um jovem poeta – Rainer Maria Rilke

Escrito por: Carlos Monteiro

Um presente. uma obra riquíssima. Tenho dois grandes motivos para exaltar essa obra máxima sobre a poesia.

Primeiro, devido ter ganhado essas palavras distantes da minha alma de um coração puro. Segundo, por fazer algum tempo que um livro me tocasse a fundo como esse tocou – me. Uma elegia para minha existência.

Cartas a um jovem poeta é um livro incrível. Rainer Maria Rilke recebe uma carta de um jovem aspirante a transcendentalidade poética Franz Kappuz, após essa premissa, inicia – se um fluxo de correspondências entre esses dois seres livres.

Rilke em “Cartas a um jovem poeta” responde o jovem poeta sobre as mais diversas formas da vida em vida e da arte criadora.

Este livro é de fácil manejo, nossa alma abre o portão do nosso leito, esperando beber desta fonte. Em um dia, podemos finalizar sua leitura. Uma vida em poesia, ou poesia em vida, não importa. Encontramos em cada carta um aprendizado essencial para nossa sobrevivência e resistência para levantarmos e caminharmos diariamente.

Depois de ler essas dez cartas, seu encontro com a sensibilidade de Rainer Maria Rilke é indescritível, recomenda – se apenas fechar os olhos e sentir seu corpo estremecer de paixão.

Creio eu que ler esse livro me fez apaixonar mais ainda pela vida. Pelo amor fraterno. Por buscar novas maneiras de levar a poesia por esse mundo.

Não vamos esquecer que esta obra tem uma força avassaladora de dar um início aos iniciantes das letras e claro, da própria chama. Boa leitura!

CARTEIRO DAS LAMENTAÇÕES – FRUTOS DA PERDIÇÃO

Pecado

Eu estava caminhando, era noite. Subia uma rua totalmente escura. Minha visão estava turva, horas antes tinha bebido além da conta. Minha simples família, uma singela esposa, dormia à minha espera. Ela já estava acostumada com as escapadas pós jornada de trabalho. Até minhas traições aceitava. Realmente não entendia o que se passava na cabeça e no coração daquela mulher.

Mas isto não importava naquele instante. Durante algumas noites, minha esposa me questionava, outras vezes, ignorava a situação. Eu reagia da mesma forma, alimentando que a amava. Tudo muito cômodo aquela vida.

Quando chequei em casa, estranhei o fato da luz do quarto estar acessa. Adentrei em silêncio e, me surpreendi ao vê-la sentada na cama. Estava de cabeça baixa, analisando algumas fotos antigas. Percebi que caia algumas lágrimas pela sua face. Minha mente já imaginava que seria difícil aquela noite.

Aproximei dela, com uma voz charmosa.

— Oi, meu amor!

Ela me repeliu, não querendo muito contato.

Estranhei novamente a falta de ruído, me deixava curioso a incomodado. Outra vez tentei contato, abraçando em seguida.

— Meu amor, está tudo bem?

Desta vez, ela foi mais grosseira, levantando da cama, só que antes, olhou diretamente em meus olhos. Foi um olhar tão perigoso, tão profundo, que não sei como, ou por quê? Tive medo.

Ela insistia em não conversar, estava em pé, perto da televisão, pegando em um urso de porcelana que eu dera em nosso primeiro mês de namoro. Quando eu a conheci, percebi o quanto gostava dos ursos. O engraçado que nunca quis saber o real motivo. Próximo do nosso aniversário, encontrei este urso negro de porcelana. Lembro quando abriu a embalagem, foi de uma alegria enorme.

Minha esposa não trabalhava, pelo menos naquela fase, tinha acabado de perder um filho, não aguentou a pressão e caiu de cama. Inicialmente eu ficava ao seu lado, só que depois, voltei aos meus afazeres, e ela não. Sucumbiu na lama do fracasso de ser mãe. Diante de tanta dor, eu fugi para as bebidas. Ela se afastou do nosso relacionamento, não se importando com nada. Inclusive com os meus casos.

Mas aquela noite, nos seus olhos chorados, eu tive pela primeira vez remorso. Vendo-a em pé, chorando e alisando o urso, minha boca ficou trêmula, as palavras não saiam, de repente, virou-se para mim, olhou novamente em meus olhos, segurava a boca para não cair em choro, tentou ser forte, aí, disse:

— Eu…eu..eu, não amo mais o amor!

Foi um choque. Esperei ela expressar mais algumas coisas. Tentei em ir em sua direção, ela levantou a mão, pedindo que não me aproximasse, obedeci. Demonstrou que queria dizer mais algumas palavras.

— Eu adoro este urso. Pegava carinhosamente nele.

Sentando em seguida no chão, com o bichinho de porcelana na mão.

— Sabe, eu amava tanto, mas tanto, que hoje eu o odeio. Porque ele me lembra de alguém tão bonito, tão exclusivo ao meu sentimento, tão único. Aquele amor afagava minha ira e meus amores. Hoje sinto um buraquinho; Aponta para seu coração; — Crescendo a cada dia mais…

Nesta hora, resolvi interromper a conversa.

— Amor! Rapidamente ela gritou…

— Cale-se! Que droga, me ouça.

Fiquei estático com tamanha brutalidade e verborragia na sua voz.

— Meses atrás eu perdi um pedaço de mim, tive que enterrar meu filho, um pedaço da minha pele, dos meus olhos, dos meus cabelos, da minha face, do meu coração, da minha alma. Eu enterrei um sonho, fracassei na vida perdendo alguém que veio de dentro de meu corpo. Não posso perdoar isto. Sou falha em ser eu mesma!

Minhas lágrimas desciam pela minha face.

— Calma querida! Pedi amorosamente.

Ela nem me ouviu, despejando um monte de cobranças.

— Chega! Eu cansei meu amor. Não aguento mais o pecado que carrego comigo, além disto, tem você, me crucificando por perder nosso filho.

Tentei mostrar para ela que não tinha nada haver.

— Não meu amor, você não é culpada de nada.

Ela riu…

— Você me mata! Sabia? Todos os dias, me mata, me julga, me abandona. Quando fico sozinha, ouço um barulho dentro de mim, um misto de choro e sinfonia, acredita? Eu sou isto, um retalho perdendo os restos das linhas…

Naquele instante, não sabia mais o que fazer…

— Quando casei contigo, pensei em ter encontrado a estrada da salvação. Agora eu vejo que luto contra o fruto da perdição, que é – te amar na solidão.

Eu estou indo embora desta vida, desta casa, deste fracasso, tudo aqui, até mesmo você, meu marido, grita derrota. Seus erros são desumanos. Seus pecados, um brinde de prazer soluçantes.

Após esta fala, ela saiu correndo do quarto, se trancando no banheiro. Tentei pedir para ela abrir, deveríamos conversar, tentar ajudar um ao outro. Mas ela não me ouviu, eu sentei de costas na porta, olhava para o urso de porcelana jogado no chão, minha lamentação era explosiva. Acabei com o tempo, pegando no sono, acreditando que ao acordar, tudo seria um sonho…

Escrito por: Carlos Monteiro

LEIA: CARTEIRO DAS LAMENTAÇÕES INÍCIO

DEVANEIO NA NOITE

Em uma tempestade, na rua escura vi um homem formoso como céu negro das 23hs. Ele me observava fixamente, seu olhar… Ah, seu olhar! Tremi dos pés à cabeça.

Quando me dei conta, ele se aproximava, seus passos eram curtos. Passando-se alguns segundos estávamos frente a frente, senti uma completa atração por seus olhos, sem uma palavra comecei a me envolver em seus braços e antes de dizer algo, sua boca em meu pescoço e suas mãos me sucumbindo até sair um gemido. Seus lábios percorreram meu corpo.

Ainda na Rua, estamos conectados em corpo e alma, suas mãos e mordidas testavam meus desejos sórdidos e ele fizera uma reentrância na minha virilha. Pude sentir seu volume e seu gosto, aos poucos nossos corpos se sincronizavam de acordo com o vento e foi bom.

Depois de alguns contatos orgásticos paramos, não deixamos nada ir além, somente nossos olhos retumbantes de prazer, dizia o que almejava. Aos poucos, cada um foi seguido sua estrada, sem saber o seu nome, resolvi batizar de senhor da potência mágica.

FIM

Escrito por: Daline Silvestre

PERCURSO PARA AS VERDADES DO MEU CORAÇÃO!

A busca por uma valorização material é tão latente que o indivíduo em sua estrada acaba deturpando seus atos e objetivos. Ao inclinar-se para o futuro, a vontade infla-se de ofensas e conceitos hedonistas. A curiosidade por adentrar na felicidade rápida, guia o homem a algo obsoleto que é o egoísmo ao ocultismo.
Cansado desta morosidade pretendo entrar no palco de minha vida, para dizer que não aguento mais. Vou transportar toda minha dor, para o sistema. Quero poetizar minha existência com abastança. Não sendo taxativo, cansei de ser um porco social. Estou em estado de carniça, me perguntando o que é viver? Por que viver?

É sórdida esta aparente relação de mim comigo mesmo. Quero mudar, quero apossar meu ser, demolindo tudo que foi construindo. Criando algo tão vivo que as aspirações seguintes, vão ser terríveis para minha coabitação como ser humano.
Hoje revejo minhas primícias escritas, e sei que tenho uma inelutável necessidade de escrever. Escreverei para não morrer. Escrevo para eliminar os germes de minha alma. Alimento assim minhas angústias, com gritos. Gritos que ressoam minhas verdades!

EVE – ATO PRIMEIRO (AVELÃ, CANELA E CAFÉ)

Capítulo 1:

An Old Fashioned Love Song

(Uma Canção de Amor à Moda Antiga)

— Gostaria muito de desenhar você.

Foi o que disse para ela esboçando um típico risinho canalha…

— Posso ter essa honra?

Ao ouvir minha proposta senti sua hesitação. Ela estremeceu e suas faces ruboresceram. Foi divertido ver a pequena daquele jeito, apesar de ter gostado, preferi passar toda a segurança possível para que ela aceitasse meu pedido. Fui extremamente sincero ao dizer que sempre me mantive neutro quando fazia um retrato, fosse este de nudez ou não. Contudo, confesso que só aquela vez seria cafajeste. Somente naquela vez.          

— Posso afirmar que o retrato que te peço não é despida. Porém precisarei de um lugar reservado, pois precisarei de concentração.

Falei tranquilizando-a.

— O desenho que lhe peço não será de nudez.

Foi a partir daqui que comecei a ser um ordinário.

— Você me daria a honra de ser meu modelo?

Algumas horas antes…

O sol castigava minha pele enquanto eu a esperava desolado. Durante a ligação ela já tinha me alertado que chegaria com atraso ou que corria o risco de não vir, o que me deixou um bocado agoniado no orelhão. Pois fazia mais de uma hora que eu estava lá, no local de encontro, perto do ponto final de uma linha de ônibus.

Já estava cansado de esperar. Por uma razão desconhecida permaneci como um “dois de paus”, sem deslocar nenhum músculo, mesmo quando a vontade era de sair.

“Porra velho”, pensei alto. “Ela vale tanto assim?”

Sim, afinal não era qualquer uma. Eve valia a cada momento, cada segundo esperado. Tive essa confirmação quando a vi ainda de longe. Sério! Entendi no mesmo instante, o porquê de existir uma força me prendendo com meu humor alterado.

Eu a conduzia pelas ruas com uma estranha combinação de indolência e elegância.  Queria causar impressões diferentes, notórios anseios. Naquele momento eu era um arlequim se divertindo com a confusão mental que causava na mulher desejada. E, parando para pensar, foi a primeira vez que abracei outro ser humano adulto por livre e espontânea vontade. Um ato sem explicação, ardoroso e puro. O ato mais complexo e cheio de amor que o meu ser tinha feito até então.

— Você me daria a honra de ser meu modelo? 

Eve fitou-me nos olhos. Seu olhar tinha diferenças do meu. Era pacífico, sereno, porém um tanto triste. Já no meu caso… Bom, vamos dizer que meu olhar era profundo o suficiente para absorver quem os olhava e fazia com facilidade com que o observador se perdesse para sempre.

Só te digo isso, porque foi o que aconteceu. Eve foi tragada por eles e com isso precisei trazê-la de volta a realidade, e o fiz com um simples:

— Pelo visto, o que pedi é difícil de solicitar a alguém como você.

— Não.

Ela falou desviando o olhar para os passageiros em pé ali naquele ônibus.

 — Só é… Complicado.

Sorri, dessa vez por ver o rosto de Eve se ruborizando.

— Relaxe, é apenas um desenho.

Falei-lhe novamente em tom pacificador.

Penso agora, se aquele “relaxe” era para ela ou para mim. Mas tudo que consigo lembrar é que menti. Menti descaradamente. Por maior que fosse meu desejo como artista, meu desejo como homem era maior.

Eu a queria.

Eu a queria antes de nos conhecermos. Eu a queria quando nos beijamos.

— E aí, você aceita?

Insisti.

— Tá bom!

Respondeu com um largo sorriso.

— Eu aceito.

Eu estava ciente do que fiz e de que ela entendeu o que eu realmente queria, estava convicto de que ela também ansiava o mesmo. No fim, eu a desejava, mas era covarde demais para assumir. Ela por sua vez, também era, pois também jogou comigo.

Enquanto caminhávamos em busca do tal lugar reservado, eu observei as pessoas e vi o quanto eram engraçadas. Ao passarmos por uma ou várias, reparei nas infinitas caretas, ora de surpresa ou, de espanto que faziam ao nos ver.

Ri. Ri bastante.

Era compreensível e não era para menos. Eve era grandiosa demais, graciosa demais, especial demais para estar com um sujeito antiquado de bandana e macacão. Enquanto eu… Eu era apenas um diabo necessário.

— Suíte cento e onze senhor!

Disse-me o atendente do motel sem disfarçar o interesse por minha garota.

Cerrei o punho. Meu sangue ferveu em minhas veias, meus dentes rangeram, no entanto, para a sorte dele, não me encontrava muito disposto a quebrar a cara de ninguém naquele momento. Sinceramente, não queria transmitir nenhuma impressão negativa para ela, mas também não queria perder a chance de me impor diante daquela afronta. Respirei, joguei minha mochila preta no ombro, depois arrumei os meus óculos redondos sem desviar meu olho daquele “filho da Puta”. Por fim, com um sorriso sádico o agradeci com um tom de voz vilanesco, como se fosse Kurgan, antes de partir para o quarto cento e onze com Eve.

Só Deus sabe que se fosse mesmo por mim, aquilo acabaria com minha direita enterrada no meio de sua fuça antes de ouvir o número da suíte e, depois de arrebentá-lo, lhe diria calmamente:

“Se olhar novamente, volto aqui e termino de partir sua cara.” Eu juro, faltou pouco para aquilo acontecer.

CONHEÇA MAIS:

EVE – ANTEÂMBULO

CARTEIRO DAS LAMENTAÇÕES – INÍCIO

Eu acordei, tomei um banho, me arrumei, fui para mesa tomar meu café, peguei minha pasta e, antes de sair para trabalhar, fui – me ver no espelho. Olhava constantemente minha imagem refletida no mesmo, meus olhos cristalizavam um ódio pelo meu ser ter – se tornado um tremendo idiota! Sabia que vivia em uma ilha, que se chamava – DISCÓRDIA. Meu tempo de vida estimava a décadas de brutalidade, meu buraco da ilusão aumentava incessantemente.

Naquele dia, cansei da resignação que alimentava meu corpo. Tinha que fazer algo para mudar, precisava exterminar o vazio ausente das chamas flamejantes… Meu nome era: Abismo é o lar dos desesperados! Partindo desta triste constatação, continuei olhando aquele retrato, até que eu gritei.

— Eu me odeio! Eu me odeio! Eu me odeio!

Depois deste ataque de fúria, eu senti algo diferente, uma voz interior começava a conversar comigo. Dizia que tinha as palavras da salvação! Questionei quem era ela… A resposta foi imediata.

— Sou sua sombra!

Antes que eu buscasse mais respostas, ela foi direta ao que queria.

— Preste atenção! Se quiser esquecer o que está acontecendo, é só fechar os olhos, e ao abri-los, saberás que deves retornar para sua vidinha… Agora se desejas mudanças, saia desta casa, abandone o que projetou, caminhe até cansar, garanto que nestes dias de andamento, vai encontrar a solução para seu coração.

Ao terminar, a voz, a possível sombra, se silenciou. O que fazer? Fechar ou abrir meus olhos? A escolha, sempre ela! Desta vez, resolvi fazer o inusitado, não iria deixar olvidar-me atormentar novamente. Saí do banheiro e abri a porta de casa, veio um punhado de imagens que representavam minha vida, ignorei todas elas, saí e comecei minha nova jornada.

Por anos, trilhei as veredas de um homem, quando pensei em desistir, eu consegui achar uma porta, de leve coloquei minha mão sobre a maçaneta, forcei, ela se abriu, desvendando o mistério que havia. Deparei-me com uma realidade lamentável… Eu era infeliz!

Na minha residência (alma), tinha um celeiro de ideias mortas e exterminadas, que não queria sair, viviam como hospedeiros. Eu tinha uma peste presa na essência, e por ali, eu vivia.

Foi tudo tão claro, meus erros, minhas dores, minhas lamúrias, meus gritos… Nada disso acabaria. Eu não queria que acabassem. A única maneira de extirpar meu fracasso, era colocar a mão na minha vida, era fazer realmente ela acordar.

Um novo plano de vida surgia… Algo com um inocente objetivo. Erradicar minha alma de tudo que eu coloquei nela.

Tornei-me um signatário de meus documentos!

Ali, perante mim mesmo, eu clamei meu novo projeto – Vou ser:

O Carteiro das Lamentações.

Espero sua carta, a partir de agora!

RESENHA A GAROTA DO LAGO

A garota do lago escrita por Charlie Donlea é um livro intrigante, com uma história bem amarrada brincando com a temporalidade, onde conhecemos duas estórias. Becca, uma estudante de direito e Kelsey, uma jornalista que passa por algo muito parecido que Becca e em seguida vai escrever uma matéria de Becca.

O livro já inicia com uma cena forte, onde Becca é assassinada, estuprada na casa de seus pais, o mistério todo contorna a vida da jovem na faculdade com seus amigos, seus amantes e seus conflitos interiores, antes de morrer Becca guardava um grande segredo que ninguém sabia.

Vários mistérios, conspirações e surpresas aguardam o leitor, uma vez que por vários momentos seguimos a jornalista nos descobrimentos criando nossas próprias teorias.

Kelsey era uma jornalista que estava afastada por sofrer um estupro, sendo a melhor jornalista, seu chefe a manda para cidade de Becca pensando ser uma estória boba para ela poder descansar e se recuperar mais, mas nem ele e nem Kelsey imaginaram que esse assassinato tinha muito mais conflito que os policiais diziam.

Durante as investigações Kelsey trabalha seus medos e cada descoberta feita é uma identificação que tem da jovem, seu artigo se transforma em algo além de um trabalho, mas uma forma de poder também, se curar.

Traição, segredos, mortes, perseguições e brutalidade são palavras chaves que descreve o enredo, mas mesmo com tanto horror o escritor consegue ainda mostrar a beleza, confiança e simplicidade da vida.

Diria que o livro é bem existencial, pois suas personagens têm sentimentos fortes e personalidades comuns. É inevitável que ao ler não haja uma identificação com alguém em algum momento.

Por fim, Kelsey descobre os segredos de Becca, quem a matou e escreve seu artigo, de forma humanista relatando uma verdade sem sensacionalismo.

O agressor, um personagem cheio de pressão, decepção, nos faz pensar nele não como assassino, mas uma pessoa gritando por ajuda, apenas na cena final com detalhes da morte os sentimentos mudam e não se sabe o que pensar dele.

A GAROTA DO LAGO é sem dúvida um dos livros que leria novamente, indicaria e sei que as interpretações e detalhes antes desapercebidos renasceriam e trariam novas ideias de interpretação.