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Gato Ingrato

Ilustração Toni Le fou

Agora, conheçam a história do gato ingrato!

Outro dia caminhava pela estrada… Meu destino era uma padaria. Tinha que trazer pães e leite, para o café matinal. Mas naquele momento, o cotidiano ganharia um status quo. Não sei, por quê? Ou, qual motivo? Eu encontrei um gato. Era todo preto. Estava escondido no meio do mato, um lugar que existia por aquelas bandas. Só o vi, devido meu faro de resgatar todos os detalhes, percebi que ele tinha alguma moléstia. Ele era muito feio!

Parecia que alguém o tinha jogado naquele lugar, possivelmente não tinha lar, não tinha comida, estava com fome, “tadinho”… Que triste, aquela vida! Seu miado demonstrava uma fraqueza… Tentei – me aproximar, mas ele fugia como um prófugo faz com seu exército, o medo abundante falava mais alto. Pensei:

— Que gato ingrato!

Quero somente ajudar. Ele olhava para mim, com olhos de reprovação, é como se minha presença o oprimisse.

Diante da negativa dele, parei para refletir. Meu ser amanhecia todo dia, pensando no que fazer. O engraçado que depois das 24 horas, eu vivia o sofrer! Só fluía o sobreviver, nada de felicidade, esperava o ato final, a morte… Imaginei na simbólica justiça, para quem serve mesmo? Para mim? Para o gato? Para quem servia a justiça? Tudo pairava na solidão social. Na desigualdade, no imoral, na maldade.

O gato olhava para meu âmago, e repugnava meu íntimo. Depois acabou correndo, mesmo doente, ao meu lado não quis ficar. Diante disso, apenas relato que, “Essa foi à história do gato, maltratado, esculachado, medroso, sozinho, triste e ingrato”. Ai, aquele gato ingrato, que me viu e fugiu…